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Protestos na audiência do acusado de matar a fisioterapeuta Mirella Sena

26 de junho de 2017

Fisioterapeuta Mirella Sena

Ao exibir faixas com a frase 'Somos Todos Mirella', familiares e amigos da vítima pediram justiça, na manhã desta quarta-feira (21) em frente a fórum no Recife. Edvan Luiz da Silva foi denunciado pelo MPPE e vai a júri popular.

Um protesto realizado na entrada do Fórum Thomaz de Aquino, no bairro de Santo Antônio, na área central do Recife, marcou a primeira audiência de instrução de Edvan Luiz da Silva, acusado de matar a fisioterapeuta Tássia Mirella de Sena Araújo, em um flat em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, em abril deste ano. Ao exibir faixas com a frase 'Somos Todos Mirella', familiares e amigos da vítima pediram justiça, na manhã desta quarta-feira (21). Edvan foi denunciado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e vai a júri popular, em data que ainda será marcada.
Algemado, o acusado chegou por volta das 8h10. Ele entrou no fórum pela porta de trás. Para a amiga de Mirella, Mylena Rubens, a mobilização teve como objetivo pressionar a Justiça pela garantia do júri popular. Familiares e amigos vestiram camisas com o rosto da vítima e exibiram cartazes contra o feminicídio.
“Estamos aqui, também, para sensibilizar a sociedade. Todas as provas estão contra ela, não há margem para dúvida de que foi Edvan que matou Mirella. Ele precisa ir a júri popular. Ele não pode voltar para a sociedade”, pontuou.
Segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), treze pessoas, todas testemunhas de acusação, participaram da audiência. Entre elas, os pais de Mirella e o advogado da família. A audiência teve início às 9h. O juiz é Pedro Odilon de Alencar, da 3ª Vara do Tribunal do Júri.
Preso desde o dia 6 de abril, um dia depois do crime, Edvan vai responder pelas práticas de estupro e homicídio quadruplamente qualificado. A vítima era vizinha do suspeito e foi morta dentro de casa.
A 3ª Vara do Tribunal do Júri da Capital recebeu a denúncia do MPPE no dia 25 do mesmo mês. A denúncia se baseia no emprego de meio cruel, traição, emboscada ou meio que dificulte a defesa da vítima, ocultação e feminicídio.

No dia 11 de abril, a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) informou que Edvan Luiz da Silva, que estava no Centro de Observação e Triagem Professor Everaldo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, foi transferido para outra unidade prisional de Pernambuco por questões de segurança. No mesmo dia, amigos e familiares da fisioterapeuta rezaram pela vítima durante a missa de sétimo dia realizada no bairro das Graças, na Zona Norte do Recife.
Em junho, Edvan voltou a ser investigado pela Polícia Civil pela prática de outro homicídio. Ele é suspeito de matar uma mulher em 2013. Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Civil, nesse outro caso, o corpo da vítima mulher foi encontrado nas proximidades do bairro da Cabanga, na área central do Recife.
Na época, Edvan chegou a ser ouvido, mas a polícia descartou a possibilidade de eu envolvimento no crime, por falta de provas. Entretanto, uma nova evidência, que não foi divulgada pela Polícia Civil, fez com que ele fosse novamente considerado suspeito da ação criminosa.
Provas
De acordo com a Polícia Civil, jovem, de 28 anos, foi vítima de violência sexual e tortura antes de morrer. A perícia concluiu que havia sangue de Mirella no apartamento de Edvan e que, sob as unhas da vítima, havia restos da pele do acusado, o que justificou os arranhões no braço do criminoso.

O corpo de Tássia Mirella foi velado e enterrado na manhã do dia 6 de abril, sob forte comoção. Um manifesto contra a violência foi lido durante a cerimônia e os presentes gritavam por justiça. A mãe da jovem, Suely Cordeiro, ressaltou o ativismo da filha contra a violência sexista.

O crime
O crime ocorreu na manhã do dia 5 de abril, num flat localizado na Rua Ribeiro de Brito, em Boa Viagem. Segundo a Polícia Militar, a vítima morava há quatro meses no local. A mulher foi encontrada nua, com um corte profundo no pescoço, após um funcionário do prédio e alguns moradores ouvirem gritos vindos do 12° andar do edifício.
A mulher do acusado está sendo investigada pela Polícia Civil. A suspeita é de que a companheira dele tenha entrado no apartamento do casal e ocultado a arma do crime, uma faca, horas após o assassinato.
Para o delegado Francisco Océlio, responsável pelo caso, alguém escondeu a arma, já que ela não foi encontrada na cena do crime nem no apartamento de Edvan. A mulher se tornou a principal suspeita por ter entrado na residência do casal, que estava trancada e isolada pela polícia, sem motivo.

por: G1